Descrição

MORTA OU VIVA,ELA ESTA VOLTA

Ela está morta, repete ele para si próprio pela milésima vez. Morreu nos meus braços. E quando toquei nela a seguir, a última vez que lhe toquei, já não era ela. Era algo frio. Frio e vazio.

Ela não pode estar viva.

Mas não é o seu cheiro, pelo menos uma sugestão dele, que vagueia na brisa de inverno? O que é, se não ela, que o acorda nas primeiras horas da manhã com o gosto do seu suor na sua língua; o calor da sua pele formigando nas pontas dos seus dedos; o seu riso gutural ecoando ainda através das divisões da sua casa solitária?
Não. Ela viveu como uma assassina e pagou o preço. Ele ouviu o seu coração estremecer e falhar, sentiu o seu estertor final. E não houve dúvida, nem esperança de dúvida de que ela morreu. Para sempre.
No entanto, a distinção entre realidade e pesadelo evapora-se. Como pode ele ignorar o que está a acontecer? Como pode negá-lo? E ela… as unhas dela na carne das suas costas, os braços dela à sua volta, amando-o, devorando-o. Tal como é dela o coração que bate no centro do turbilhão do seu ataque infernal.

Edição de Outubro de 2007 com capa cartonada branca sensível a escurecimento provocado por manuseamento.
Alguns exemplares poderão exibir marcas exteriores da passagem do tempo, como cores mais pálidas ou opacas devido a exposição à luz, ou marcas de manuseamento na capa branca.